
Análise: A absolvição ignorada – quando a verdade não gera cliques
📎 Por @brunodarochalima
Recentemente, um árbitro de futebol Juliano José Alves Rodrigues foi acusado de forma intensa nas redes sociais e na grande mídia após uma atuação polêmica em campo. A repercussão foi imediata e pesada: manchetes, comentários indignados, vídeos sendo compartilhados como se o juiz tivesse cometido um crime hediondo.
Mas, dias depois, veio o julgamento oficial — e com ele, a absolvição. A decisão da entidade responsável mostrou que não houve erro disciplinar ou má conduta. O árbitro agiu dentro da regra. Estava inocente.
E onde estava a grande mídia nesse momento?
O silêncio foi ensurdecedor. Nenhuma manchete, nenhuma retratação pública, nenhum pedido de desculpas. O linchamento digital foi noticiado com estardalhaço. A verdade, tratada com frieza e descaso.
Vivemos uma era em que o erro (ou a aparência dele) viraliza, enquanto a justiça passa despercebida. O algoritmo recompensa o escândalo. O erro rende mais cliques do que o acerto. E o ser humano, com sua honra resgatada, continua sozinho na sua luta.
O árbitro tem filhos. Tem família. Tem amigos. Gente que sofreu junto com ele o peso da condenação pública antes de qualquer veredito. E quem repara esse dano? Quem devolve a paz de espírito àqueles que foram julgados antes do tempo?
É urgente que a imprensa — tradicional ou digital — repense seus critérios. A cobertura precisa ser equilibrada, com o mesmo empenho para noticiar a queda e a reabilitação. Porque no fim, tudo passa. Mas caráter e honra permanecem
Texto em base na Análise
Repórter:
Bruno da Rocha Lima
@brunodarochalima
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